sábado, 25 de dezembro de 2010

Pequena Ovelha- Uma canção pra você

Eu não consigo encontrar as palavras certas pra falar de você. Elas parecem tão minúsculas diante da imensidão dos sentimentos que te retratam. Talvez eu pudesse pintar. Pintaria corações, borboletas, mais corações, todos coloridos, como você. Mas, ainda teria os sonhos, que de tão grandes não caberiam no papel. O seu sorriso e os sentimentos. Como colocar todos eles no papel? Eu poderia cantar, sabe. Porque eu teria os sons, as pausas e ainda os gestos, que me ajudariam. Cantaria uma letra que falasse de você. Do que você representa pra mim, do tempo que passamos juntas, da sua coragem, de como não é qualquer coisinha que te derruba, de como você sempre vai até o fim e da sua mania de perfeição que eu acabei me acostumando com o tempo.  Eu tentaria colocar na letra da canção como no decorrer do tempo os laços se estreitaram, sem nenhum esforço. Colocaria das vezes que ouvimos os problemas uma da outra. E, quando a solução parecia não chegar, a noite era escura demais, a gente simplesmente ria, esperando o sol brilhar outra vez.  Aliás, foram tantos os risos. Eles estão presentes na minha memória. De maneira especial, os seus risos mais recentes. Eles são mais altos e mais lindos. Tem som de felicidade. Depois de tudo, e das coisas que você não merecia; você é digna de todos eles. Pensado bem, uma canção já existe. É o som do seu riso, a canção que mais combina com você. E, enquanto você sorrir, eu faço questão de ficar de pé para aplaudir as suas conquistas.
Ps.: O post que ficava aqui antes, não combinava com o castelo bonito e sólido que construímos durante todo esse tempo e que colocamos o nome de Amizade.


[Léia Mara]

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Frágil

Sabe moço, tem tantas coisas por trás do sorriso dela, do seu rosto com traços ainda infantis, ou da força que ela finge ter. Aquela menina é quase de vidro, ela sente mais do que as outras pessoas, por isso, moço, eu te peço que tenha muito cuidado quando desejar se aproximar. Tente lhe passar segurança, chegue de mansinho, bem devagar, chegue com um sorriso sincero no rosto, com o coração na mão e sem máscaras. Não minta, não chegue fingindo que veio pra ficar. E não brinque moço, jamais brinque com os sentimentos dela. Se não estiver disposto, desista, não dê mais nenhum só passo, porque é nela que vai doer no final. Essa coisa de coração partido não é legal, moço. Demora um bom tempo pra juntar os pedaços, e nunca fica do mesmo jeito, ficam lá registradas, as cicatrizes.

[Léia Mara]

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

31deJulho de 2006

Por me ouvir, por me emprestar o seu ombro, por me abraçar quando eu precisei, por todas as palavras certas nos momentos certos, por chorar por mim, por incontáveis conversas no MSN,  por tornar os meus dias mais  coloridos, por tornar mais fácil uma longa caminhada, por ser companhia, por compreender, por muitos trabalhos, por ser Raquel, por inúmeras pequenas coisas que significaram muito, por 52 meses, por 2208 semanas, por 1597 dias de amizade, por ser para sempre. Eu te amo.

[Léia Mara]

Você, o Tempo e Eu


Assim o principezinho cativou a raposa.
Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
- Ah ! Eu vou chorar.
- A culpa é tua, disse o principezinho,
eu não te queria fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...
[O Pequeno Príncipe, Antoine de Saint-Exupéry]

Sabe, eu confesso que eu até gosto do tempo ou de como algumas coisas parecem ter menos importância à medida que ele passa. Mas, não é assim dessa vez. Nesse caso, eu não quero que o tempo passe, não para nós, não quando somos você e eu, não quando a imagem mais bonita é o seu sorriso e o motivo do meu riso está na sua orelha pequena, não quando nós prometemos que ainda iremos ser amigos amanhã e depois de amanhã e depois... Mesmo me achando boba, não sabendo como agir, sentir e dizendo para mim mesma que tenho que ser racional, eu ainda desejo com todas as minhas forças, parar o tempo.
Apenas sinto pelo tempo não ser a meu favor, ele parecia tão insignificante quando sua presença se tornou única para mim em meio a tanta gente, ou quando o verbo ‘gostar’ ganhou mais sentido que acabei ignorando o tempo e nem percebi que chegaria 5 minutos atrasada e o trem já haveria partido.
Os ponteiros do relógio correm, não dá para esperar muito na estação, pegarei o próximo trem. Estou de mal com o tempo.

[Léia Mara]

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Melhor amiga


A verdade é que ainda não sei como consigo viver os dias sem você. Talvez eu não viva, porque durante esse tempo, não houve um só dia que a sua lembrança não estivesse presente. Eu  guardei detalhes de você só pra te deixar aqui, eu nunca esqueci o seu sorriso, as suas mãos, o seu olhar. Eu ainda lembro de como a sua voz me acalmava, de como você parecia me conhecer mais do que todas as outras pessoas e de como depois de um tempo já não eram as minhas e as suas manias, eram nossas, nós nos tornamos cada vez mais parecidas.

[Léia Mara]

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

May


Os meus dias são mais coloridos desde que eu soube de você. Eu fico horas imaginando a cor dos seus olhos, do seu cabelo, da sua pele. Eu nunca vi o seu sorriso, mas ele já é único para mim. Existem tantas interrogações na minha mente, será que você terá algumas das minhas manias? Será que você será tão apaixonado por livros quanto eu? Eu não preciso de todas as respostas, eu não precisei saber de nada disso, não precisei saber o seu nome, nem mesmo precisei te ver, para te amar. Quando percebi, já tinha um sentimento bem escondidinho aqui dentro do peito, era amor, a gente sempre sabe quando é amor. Mas, espera um instante, quando o amor veio parar aqui? Ele veio assim, do nada? Ou foi no instante que eu soube de você? Ah, não, eu acho que eu já te amava bem antes, há muito tempo já existia um espaço no meu coração reservado para você. Maio é o mês mais esperado, o dia em que você chegar, será o mais feliz da minha vida. E todas as vezes que eu pensar em ficar triste, eu irei lembrar de como você chegou numa caixinha de presente, endereçada a mim.
Baby, Tia te ama, tá? Ela não ver a hora de te ver vestido naquela pagãozinho amarelo que comprou pra você.
[Léia Mara]

Ele pagou o preço


A cruz tá pesada? Não desista! A que Ele, mesmo sem nunca ter pecado, suportou pelo nossos pecados, para que tivessemos vida, era bem mais pesada.


Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz. (Filipenses 2:7-8)

Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus. (I Corintíos 6:20)

A menina e o tempo


A menina carregava o tempo nas mãos, na esperança de que ele levasse embora todas as lembranças que a faziam perder o sono. Não sabia se ele podia fazer milagres, mas tinha certeza de que ele cuidaria de amenizar as feridas que tantas dores lhe traziam.
[Léia Mara]


Segure a minha mão


Segure a minha mão, diz que eu posso confiar em você, que você vai ficar aqui. Não precisa fazer promessas, não precisa jurar que vai ser para sempre ou dizer várias vezes que me ama; o que quero é tão pouco. Só quero estar perto de você, ouvir a sua voz e sentir segurança do seu abraço. Por falar nisso, me abraça, amor?
[Léia Mara]

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Nunca é tarde

"Quando fazemos uma escolha, qualquer escolha, estamos dizendo sim para um lado e dizendo não para o outro. Então, algum sofrimento sempre vai haver." [Martha Medeiros]

Não é fácil escolher, mas ninguém vive só de  ilusões, um dia por mais duro que seja a gente tem que encarar a realidade. Chega uma hora que já não dá mais, você precisa abrir os olhos, por mais que a claridade forte os irritem, depois de tanto tempo no escuro. A minha escolha foi dizer "não", e um "não" bem bonito. Agora, você pode ficar com suas palavras falsas, com a sua sinceridade inventada... tem tanta gente que ainda acredita nelas, né?
Eu não.
Eu digo '"sim" a minha felicidade (vamos combinar que você passa bem longe dela) de agora em diante eu só me permitirei viver coisas verdadeiras, cansei de ilusões.
[Léia Mara]

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Das forças

Ela encontrou um cantinho na parede, sentou abraçada nas pernas e chorou. Não sabia o que fazer com tanta dor. Procurou colo, alguém que alisasse seu cabelo e dissesse que iria passar, não havia mais ninguém no seu quarto, sentiu-se só, sentiu-se tão pequena que caberia na palma da mão. Lembrou-se de todas as vezes que chorou por bobagem, dessa vez era tão real, não era um dos dramas aos quais estava acostumada. Depois de um tempo as lágrimas pareceram aliviar a dor, pensou no quanto os amigos diziam que ela era forte. E era, não terminaria ali, mas, os dias seguintes se encarregariam de trazer as forças necessárias.


[Léia Mara]

terça-feira, 12 de outubro de 2010

.Doce

O sorriso ela trás esculpido no rosto, os sentimentos carrega no coração, acredita em contos de fadas, acredita naquilo que ainda virá. Ela é feita de sonhos, de amor e de algumas coisinhas mais; seus olhos às vezes falam tanto quanto as suas  palavras; um dia decidiu crescer, cresceria, mas jamais perderia o jeito, a inocência e o crê em tudo que trazia desde menina, há nela algo bem maior do que as pessoas conseguem ver, há sensibilidade, há emoção. Há uma força que nem mesmo ela saberia medir e que nas horas ruins resolve aparecer. É doce, e para ela é quase insuportável conviver com pessoas amargas, pessoas que sentem prazer em brincar com sentimentos. Gosta de viver, gosta do mistério que está contido em cada dia. A esperança é sua companheira de viagem, lado a lado, sem nunca a perder de vista. Sua cor preferida é o rosa, mas o seu mundo não é dessa cor, ou pelo menos, há muito tempo deixou de ser. Tem verdadeira paixão pelos amigos; ama muito, sem medo, ama tanto que mal cabe nela. Encara os desafios de frente, e a cada conquista se sente grande. No mais, ela tem uma certeza: não importa quantas vezes ela vai se perder e se reencontrar, será feliz. Será muito feliz.

[Léia Mara]

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Sensível


É, eu sou sensível. Não saberia dizer se isso é bom ou ruim; mas eu não consigo simplesmente deixar passar, sabe? Eu não sei sentir pela metade, eu sinto forte, completo, inteiro. Tudo me  toca profundamente, mexe comigo. Se é uma palavra, um sentimento, uma pessoa... eu me envolvo, eu me importo. Se eu cometo um erro, eu vou lá, eu peço desculpas, eu quase imploro. E, se alguém me machuca, eu não sei ignorar, eu choro, e choro; e sempre acabo colocando uma parte da culpa em mim, tudo isso para tornar mais aceitável ter sido magoada. Minhas dores são quase insuportáveis de tão intensas. Os sensíveis sofrem mais, choram mais, se decepcionam mais. Mas, o que eu poderia fazer? Eu acho que já nasci assim, ou se não nasci, devo ter aprendido em alguma fase da vida que já não dá mais para voltar. Se eu pudesse escolher? Não, eu não deixaria que a minha sensibilidade partisse, deixa ela aqui comigo, deixa, que quando a felicidade vier, eu sinto tanto, que sou capaz de senti-la em dobro.

 
[Léia Mara]

domingo, 10 de outubro de 2010

É tão fácil gostar dele...


São 07:01 hrs da manhã, eu fui dormir às cinco, acordo com o telefone tocando, é ele, e só ligou pra saber a hora. Sabe, é tão fácil gostar dele, é tão fácil querer o seu bem. Eu não lembro, mas com certeza eu já senti isso desde que o vi pela primeira vez, e eu só tinha três anos. 
Eu sinto um aperto no peito que chega a sufocar toda vez que algo de ruim lhe acontece, é como se cada pontadinha de dor fosse em mim. E, de repente dá aquela conhecida vontade, de poder voltar no tempo, ter uma máquina de encolher gente e deixar ele bem pequeno, do tamanho de colocar no colo, de poder cuidar, e cuidar e cuidar. Era tão linda a voz doce e fina, ainda continua linda, mas eu gostava mais de antes, eu também gostava do braços finos, e do sorriso infantil.
É tão fácil gostar dele... é amor, um amor que nasceu quando eu tinha três anos, um amor que durará a enternidade. Porque amor de irmão não cabe numa vida, e nem na gente.

[Léia Mara]

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Sobre ele, o amor

O amor não é de palavrinhas ridículas.
O amor é de grandes atitudes.
O amor é sobre aviões levando faixas sobre estádios.
Propostas em telões. Palavras gigantes escritas no céu.
O amor é ir mais além, mesmo que doa, deixando tudo para trás.
Amor é encontrar uma coragem dentro de si mesmo que você nem sabia que tinha.
[Do filme: ABC do amor]

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Mudanças


Estou com sede de mudanças,
mas não quero arrastar os móveis,
nem desentortar os quadros.
Quero desabitar meus hábitos.

[Marla de Queiroz]

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

O que o (Dicio)Nário não disse




Saudade: s. f. Recordação suave e melancólica de pessoa ausente, local ou coisa distante, que se deseja voltar a ver ou possuir. Nostalgia.

Quem escreveu o dicionário? O Google me ajudou... Foi um grego chamado Nário. A cada palavra que ouvia ele logo vinha com o significado, então, quando alguém queria saber do que se tratava logo alguém falava ‘disse o Nário que esta palavra quer dizer...’ E foi assim que surgiu o Dicionário. Os outros só copiaram a idéia, é claro.
Bom, a verdade é que se eu pudesse ter uma conversinha com esse tal de Nário eu diria: ‘com licença, Seu Nário, olha, com relação ao verbete saudade, o senhor cometeu um grande equívoco, você acha mesmo que saudade é essa minúscula definição que tem no dicionário? Ou será que você nunca sentiu saudade?’
Mas, tudo bem, já que não posso mudar o que o Seu Nário disse eu fico ouvindo O Teatro Mágico cantando ‘nem toda palavra é aquilo que o dicionário diz’.
Porque saudade não é só uma ‘recordação suave e melancólica’... Saudade é aquela vontade urgente de querer voltar ao momento passado, é desejar com todas as suas forças ter alguém de volta, é revirar as lembranças e reviver em pensamentos o momento que passou e que ficou guardado, é querer voltar ao mesmo filme, ver de novo o capítulo que marcou, se possível em câmera lenta para durar mais tempo. Saudade é abraçar fotos e conseguir sentir o cheiro da pessoa, é ter na memória cada pequeno traço, lembrar de cada detalhe. É querer diminuir distâncias. É a necessidade de abraçar mais uma vez. É o aperto no peito que você sente quando ver alguma coisa que te faz lembrar da pessoa. É procurar em outras pessoas um sorriso parecido, só pra ter certeza de que você não esqueceu. É um vazio que só a presença do outro preenche. Saudade é o contrário de ‘ter’; é sentir falta, é a ausência que dói. É sentir o desejo de encurtar os dias e até mesmo de se teletransportar.
Ah, Seu Nário, pensando bem, o senhor pode ter razão quanto ao verbete, eu também não sei o que é saudade, porque saudade a gente não sabe, a gente sente, e só que nunca amou não sente saudade. Entende? O senhor já amou Seu Nário?

[Léia Mara]

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Desprender-se


Era para ser só mais um dia igual a todos os outros, quente, quieto, comum. Se não fosse o incômodo que se encontrava dentro dela. Sentia a necessidade urgente de pegar aquelas velhas caixas, empoeiradas e que estavam há tanto tempo guardadas. Experimentava uma dor no peito só de pensar em tirar alguma coisa de dentro delas. Será que iria conseguir? Será que não era bem mais fácil deixar tudo do jeito que estava? Já era tão acostumada com aquilo, conhecia o lugar que cada coisa ocupava, era mais fácil mantê-las lá, era cômodo. Decidiu que não. Faria uma faxina. Tomou coragem. Nada de apego. Não se prenderia mais aquelas coisas. Foi abrindo lentamente cada caixa, tirando uma coisa de cada vez, sentimentos, fotos amareladas, momentos, o instante sem abraço, o dia em que se sentiu pequena. Tirou tudo. Desocupou lugares. E respirou fundo antes de jogar fora. Não faria falta. Os próximos dias se encarregariam de preencher os espaços vazios.
Sentiu-se leve.
[Léia Mara]

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

De um amigo...

"Sobre a distância"
A senhorita tem razão, dá para sentí-la; quase vê-la, no lado esquerdo do peito.
Longe, mas ao mesmo tempo perto, dá para explicar tal paradoxo? Sim: nós podemos.


        * a imagem veio acompanhando as palavas.

Para todos os dias

Sonhe. Sonhe muito, e se perceber que algum sonho se perdeu pelo caminho, invente outro, crie, imagine. Só não pare de sonhar. Os risos deverão se confundir ao som da sua voz. A esperança deverá ser abundante, nunca deixe que ela durma e quando você achar que tudo está perdido, você lembrará que ainda restaram alguns fiapos de esperança. Ame. Divida o amor,compartilhe, e verá ele crescendo cada vez mais, dentro de você. Perdoe. Perdoe uma, duas vezes, perdoe quantas vezes forem necessárias, perdoe incontáveis vezes; e isso só te fará bem. Tenha amigos, leve-os com você por toda a caminhada, e mesmo que o caminho seja díficil, cheio de pedras e que os obstáculos tentem a todo instante te impedir de chegar; você perceberá que ele se tornou mais curto, mais fácil de percorrer, porque os amigos te acompanharam.

[Léia Mara]

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Presente do indicativo

Leva o arco-íris em cada fio do cabelo.
Em sua pele, madrepérolas hesitantes
pintam leves alvoradas de neblina.
Evaporam-se-lhe os vestidos, na paisagem.
É apenas o vento que vai levando o seu corpo pelas alamedas.
A cada passo, uma flor, a cada movimento, um pássaro.
[Cecília Meireles]


Vive um dia de cada vez, e todo dia aprende uma coisa nova. Aprende com os vários tropeços a ser forte, a seguir em frente. Aprende que as dores emocionais não são incuráveis apesar de algumas serem mais intensas que as físicas. Se pudesse, até trocaria algumas dores emocionais por dores físicas. Confia nas pessoas. Agradece todos os dias pelos amigos, agradece pelo dia. Tem coração, só guarda as coisas mais bonitas, guarda as lembranças. Sorri pelas coisas mais simples. Carrega um brilho nos olhos que só os sensíveis conseguem vê. Gosta das palavras, gosta de descobrir novas, e de aprender os seus significados. Dá sentido. Os livros são seus companheiros de viagem e vez ou outra a transportam para o mundo da fantasia. Sonha, tem sonhos maiores do que ela. Guarda bilhetes. Gosta dos sentimentos, mas joga fora com facilidade aqueles que são descartáveis. Convive com a ausência e com a saudade embora algumas vezes elas quase a sufocarem. Chora por tudo e às vezes por nada, outras vezes engole as lágrimas porque é realmente necessário. Ama demais. Tem fé, esperança. Acredita em coisas que nunca viu, mas tem certeza que elas existem. Sente. Tem manias. Tem vontades. Deixa pra trás tudo o que não deve ser lembrado. E assim ela vai levando cada dia... ou sendo levada por eles, não se sabe.

[Léia Mara]

sábado, 4 de setembro de 2010

Sobre a distância


Meu amigo Dan tem mania de dizer que eu moro do outro lado  do globo. Mas, eu devo discordar dele... Eu sempre acreditei que quando o sentimento que você tem pela outra pessoa é verdadeiro, a distância não existe, e mesmo que existisse ela não seria capaz de mudar o que sentimos, nem jamais poderia apagar o amor, a amizade e o carinho que temos pelo outro.

Dan, coloque a mão no lado esquerdo do peito. Consegue me vê?
Porque para mim, você nunca esteve longe, entende? Nunca te vi, mas sinto você bem perto de mim, no meu coração. E tenho certeza que eu também estou no seu.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Por uma vida inteira

"Pessoas entram na sua vida por uma 'Razão', uma 'Estação' ou uma 'Vida Inteira'."
Vi a frase e lembrei-me de você...Talvez porque às vezes eu me pego perguntando a mim mesma os motivos pelos quais você entrou na minha vida, então, eu percebo que não teve um motivo, não teve uma razão... alguém explicaria você está na parada de ônibus naquele dia? Alguém tem alguma explicação pra o meu coração ter (re)conhecido o seu? Você não veio somente por uma razão.
Foi por uma estação? Você veio passar um inverno, um verão, ou talvez a primavera, foi isso? Sabe, é fácil perceber que não foi, já vieram muitos dias quentes, dias frios, dias cinzas, dias com flores... já vieram todas as estações, até se repetiram as estações, e você permaneceu ao meu lado. Você veio pra todas as estações.
Então, não é difícil compreender... que você entrou na minha vida por 'uma vida inteira'... para compartilhar: sonhos, sorrisos, lágrimas, emoções. Para ocupar, preencher um espaço que é cada vez maior no meu coração. Deixar um muito de você em mim. Para somar, multiplicar, dividir coisas boas, diminuir as ruins. Para todas as horas. E, hoje, eu só tenho a agradecer por você fazer parte da minha vida por toda 'uma vida'
.

[Léia Mara]

quarta-feira, 25 de agosto de 2010


Cheia de luz.
E o mais bonito foi quando ela descobriu,
que podia ouvir e entender estrelas.
Só quem ama pode.

[Caio Fernando Abreu]

sábado, 21 de agosto de 2010

@fw8


Ele não é nenhum remédio prescrito por médicos, mas, faz um 'bem danado' à saúde. E, bem que eu queria poder colocar um pouco dele num frasco e levar pra casa. Eu não teria dias tristes, todos os dias eu teria histórias engraçadas pra ouvir, todos os dias eu daria gargalhadas. As cores e os desenhos alegrariam a minha vida. Eu teria na nuca uma tatuagem feita de caneta de uma estrela e outra de uma flor.
Não lembro a primeira vez que o vi, nem o primeiro trabalho que fizemos juntos, nem sei ao certo qual o dia em que nos tornamos amigos. Talvez porque não teve um dia; foi com o passar dos dias. Cada dia ele ia ganhando um pouco mais de espaço na minha vida. Cada dia ele ia se tornando mais importante. Cada dia ficava um pouco mais dele em mim.
Esses dias eu tenho sentido uma saudade enorme de sentar em frente a cadeira dele na aula. Senti falta de tirar as dúvidas de financeira, de perguntar como se calcula a 'TIR' e o 'Payback descontado', e de lhe dar um abraço e falar para ele que meus braços são pequenos, que ele é grande e minhas mãos não se alcançam. E ele é grande, não só pelo tamanho, ele é grande de coração, de alma. Você consegue imaginar o tamanho do coração de alguém que está de férias, que passou na disciplina mais aterrorizante de todo o curso e que mesmo assim passa a tarde dando aula pra os colegas que ficaram na quarta? Eu não consigo imaginar. Só sei que é um coração bem grande, e que por isso ele também é grande, pra o coração caber no peito.

Você lembra do desenho que fez de mim? Aquele com uma borboleta? Esse aí é você, desculpe pela falta de jeito, eu tentei caprichar, mas, é que eu sou canhota e só sei usar o mouse com a mão direita. Eu não poderia deixar de retribuir seu desenho e de te dizer que se você precisar de um broche emprestado, eu estou aqui, tá?

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Sabe aquelas coisas mais simples...


Sabe aquelas coisas mais simples... dormir na casa da melhor amiga; receber um cartão de aniversário; tomar banho de chuva; encontrar uma pessoa que você há muito tempo não via; receber um torpedo com um 'boa tarde'; ligar só pra dizer '-oi'; ganhar um abraço apertado; um beijo inesperado; ver um amigo no ônibus; comer tapioca com as amigas; ligar a tv pra ver desenho; colocar a sua irmã mais velha no colo; ir à igreja aos domingos pela manhã; sair de casa sem destino; dançar trancada no quarto pra ninguém ver; andar na praia de pés descalços; comprar um bichinho de pelúcia; ouvir a mesma música várias vezes só porque a letra lembra alguém; dá risada até a barriga doer; andar de mãos dadas; ir dormir de madrugada lendo um livro; chorar vendo filme; sair no sábado à noite. Eu gosto, gosto disso, de coisas simples. São elas que me arrancam sorrisos.
[Léia Mara]

Melhor presente


Eram os meus primeiros passos e ela estava lá, aplaudindo. Foi ela que me pegou nos braços, que pegou em minha mão enquanto eu aprendia a escrever o meu nome, que me ensinou a lição de casa, que deu carinho, amor, que foi paciente. Foi ela que passou noites sem dormir cuidando da minha febre, que voltou a ser criança e brincou de boneca comigo, que me abraçou enquanto eu chorava, que cantou para eu dormir, que me acalmou depois de um pesadelo, que penteou o meu cabelo e fez aqueles cachinhos, que me pegou na escola.
O tempo passou... Hoje eu não sou mais tão pequena, mas eu ainda continuo sendo o seu bebê, a sua menina; e ela ainda está aqui, sabe, ela ainda vibra com as minhas conquistas, ainda tem o mesmo cuidado, ela é amor. Ela sonha por mim, acredita mais do que todas as outras pessoas que eu sou capaz, que eu vou conseguir. A sua voz é a primeira que eu ouço pela manhã... e como me dá segurança a sua voz! Os seus conselhos são os melhores, as suas palavras as mais sábias. Ela é meu exemplo, de mulher, de filha, de esposa, de serva fiel. Eu sou grata por todas as vezes que ela orou por mim, que chorou por mim e até desejou que a minha dor fosse sua. Eu sou grata por me amar. Ela faz tanto que eu não saberia medir a importância que ela tem na minha vida, se eu pudesse todas as suas lágrimas seriam de alegria. Um amor que só é menor do que o amor de Deus por mim.
Obrigada, Mãe.
Você é o melhor presente que eu já ganhei na vida. Eu tenho orgulho de ser sua filha. Quando eu crescer, quero ser igual a você.
Mãe, me acorda amanhã, diz que tá tarde e que eu preciso me alimentar... eu amo a sua voz, eu amo você.
[Léia Mara]

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Sobre abraços


Eu estava vendo um comentário que colocaram aqui no blog. Meus olhos brilharam quando viram, é da Pérola Anjos (ela tem nome de flor). A Pérola disse: "existem abraços que são intransferíveis". Sabe, é bem verdade isso. Eles são mesmos intransferíveis, insubistituíveis, únicos, e alguns inesquecíveis. E eu adoro abraços. Guardo todos eles comigo. Eu gosto de abraços que matam a saudade, depois de dias ou meses sem ver o amigo querido; abraços que trazem junto os votos de felicidades no natal, ano novo e aniversário; aqueles abraços que substituem palavras; abraços de urso; apertados; abraços sinceros; abraços que deixam o cheiro da outra pessoa na nossa roupa; abraços que colocam o nosso coração pertinho do coração do outro, ou se o outro for bem alto, a gente consegue ouvir o som das batidas do seu coração. E um abraço diz tanta coisa... Diz para outra pessoa que ela é especial, que você está do seu lado e que ela pode contar com você; que o seu carinho é dela ou até que ela pode dividir com você a sua dor. Abraços também dividem a dor.

[Léia Mara]

O olhar que eu reconheci


Eu entrei no ônibus olhando para todos os lados, procurando entre todos aqueles olhares um olhar que eu reconheceria e em questão de segundos, eu encontrei o dela. A minha primeira vontade foi de abraçá-la. Meu sorriso ficou mais largo, de repente, não eram apenas os meus lábios que sorriam, meu coração também sorriu, ele estava em festa, ele sempre fica assim ao encontrar as pessoas que preenchem o seu espaço. Eu fiquei ali, bem ao seu lado, desfazendo seus cachos, enquanto ela perguntava como estava indo a minha vida... a viagem do ônibus demorou menos dessa vez, já era hora de se despedir.
Eu desci do ônibus, e meu coração ficou apertado, não foi díficil perceber que já era a saudade. Então, todas as lembranças surgiram em minha mente. Eu pude ver nós duas pelos corredores da escola, era o ensino médio, e lembrei de como era brigar com ela e fazer as pazes em seguida, eu não conseguia ficar com raiva dela. Lembrei de como eu reclamava da sua mania de ir várias vezes ao banheiro só olhar o cabelo e de todas as vezes que eu chorava enquanto ela ficava me dizendo que parasse de chorar, até o dia que ela percebeu que se me dissesse 'chore, chore bem muito, que passa' eu parava de chorar. Lembrei dela me ensinando a pegar o ônibus certo e de quando a gente ia esperar o circular B às 7:15 perto da casa dela. Eu lembrei de tantas coisas... e senti vontade de viver tudo novamente.
Agora eu estou pensando... talvez daqui há algum tempo, ela não tenha mais aquele cabelo comprido e com cachos, talvez ele seja curto e liso, talvez ela não seja mais tão magra, talvez ela já use maquiagem ou talvez ela more longe e eu passe muito tempo sem vê-la. Mais ainda assim, quando meus olhos a encontrar, meu coração reconhecerá, porque ele jamais esquece o sorriso e o olhar das pessoas que estão dentro dele.


[Léia Mara]

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

"Quem, além de você?"


Quem vai te abraçar?
Me fala quem vai te socorrer
Quando chover e acabar a luz
Pra quem você vai correr?
E quem vai me levar
Entre as estrelas, quem vai fazer
Toda manhã me cobrir de luz?
Quem, além de você?

[Leoni]

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

"E ele conta"


Às vezes é preciso diminuir a barulheira, parar de fazer perguntas, parar de imaginar respostas, aquietar um pouco a vida para simplesmente deixar o coração nos contar o que sabe. E ele conta. Com a calma e a clareza que tem.

[Ana Jácomo]

Selos

Estou postando os selinhos que ganhei da Talita do Coisa de Menina.
Obrigada Talita!


As regras são:
Postar os selinhos no seu Blog.
Me deixar um recadinho.
Listar cinco coisas que você gosta de fazer.
Indicar 10 Blogs para receber os selinhos.
E deixar um recadinho nos Blogs que você escolher.
Quebrando um pouco as regras eu indico os selinhos para todos os que seguem aqui. Beijos e obrigada pelos comentários e pelo carinho!

domingo, 8 de agosto de 2010

Como eu te amo...

Pai,


Por favor, pai, pergunte a Papai do céu se eu posso te mandar um presente. Porque se puder, eu vou enviar uma caixinha, sabe pai, e nela vou colocar todos os abraços e beijos que tenho guardado pra te dar.
Mais uma coisa: te amo, pai, sinto saudades, feliz dia dos pais.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Eu quis tanto ser a tua paz


Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você. Eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende? Eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que você fosse o meu encontro. Quis tanto dar, tanto receber. Quis precisar, sem exigências. E sem solicitações, aceitar o que me era dado. Sem ir além, compreende? Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha, por limitação humana. Mas o que tinha, era seu. Mas se você tivesse ficado, teria sido diferente? Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais — por que ir em frente? Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia — qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido. Tinha terminado, então. Porque a gente, alguma coisa dentro da gente, sempre sabe exatamente quando termina. Mas de tudo isso, me ficaram coisas tão boas. Uma lembrança boa de você, uma vontade de cuidar melhor de mim, de ser melhor para mim e para os outros. De não morrer, de não sufocar, de continuar sentindo encantamento por alguma outra pessoa que o futuro trará, porque sempre traz, e então não repetir nenhum comportamento. Ser novo. Mesmo que a gente se perca, não importa. Que tenha se transformado em passado antes de virar futuro. Mas que seja bom o que vier, para você, para mim. Te escrevo, enfim, me ocorre agora, porque nem você nem eu somos descartáveis. . . . E eu acho que é por isso que te escrevo, para cuidar de ti, para cuidar de mim - para não querer, violentamente não querer de maneira alguma ficar na sua memória, seu coração, sua cabeça, como uma sombra escura.

[Caio Fernando de Abreu]

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Sobre pessoas


Eu gosto de pessoas inteligentes que enxergam o mundo com humor. Tem muitas pessoas em quem eu bato o olho e penso: deve ser legal ser amiga dele. É gente que não carrega o mundo nas costas, que fala olhando nos olhos, que não se leva tão a sério, que é franca na hora do sim e na hora do não. É difícil sacar as qualidades de uma pessoa sem antes conhecê-la, mas intuição existe pra isso. Tenho vários amigos que enriquecem minha vida e se encaixam no meu conceito de “pessoas especiais”, mas meu coração é espaçoso e está em condições de receber novos inquilinos.

[Martha Medeiros]

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

02/08/2008


Algumas pessoas ficam impressionadas com a minha capacidade de lembrar de datas. Lembro datas especiais, que marcaram. Acho que herdei o dom da minha tia, ela conta histórias e a data sempre vem junto, bem direitinho, mesmo que tenha passado anos.
Hoje, é uma das datas que eu não consegui esquecer, 2 de agosto... 2 de agosto. E eu acordei com uma enorme vontade de voltar no tempo.
Seria 2 de agosto de 2008, seria sábado, seria noite, 19 horas, eu usaria uma blusa rosa, calça jeans, salto alto, a chuva borraria minha maquiagem. Alguém me esperaria na porta do Trattoria, pegaria a minha mão, beijaria meu rosto e diria que eu sou mais bonita pessoalmente. Pizza quatro queijos. Coca-cola. Longas conversas. Risos espontâneos. Eu pensaria: "Nossa, parece que eu o conheço há anos". Um banco de praça molhado pela chuva, um convite de aniversário, um abraço de despedida.

[...]

2 de agosto de 2010.

Eu tenho um amigo...

Sabe, a gente pode passar seja o que for, eu prometi pra mim que eu vou ficar com você pra sempre. Eu não sei explicar, mas tem algo que me liga a você, é um querer bem, um querer te ver sempre alegre. Eu conheço seus defeitos e te aceito mesmo assim, eu consigo ver além deles. Eu torço por sua felicidade. Todas as vezes que você errar o caminho, eu vou pedir a Deus para te mostrar o certo.

Deus, obrigada.

domingo, 1 de agosto de 2010

A gente nunca sabe de quem vai gostar


Onde já se viu o mar apaixonado por uma menina?
Quem já conseguiu dominar o amor?
Por que é que o mar não se apaixona por uma lagoa?
Porque a gente nunca sabe de quem vai gostar.

[O Teatro Mágico - Ana e o Mar]

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Caixa das lembranças


Eu sempre achei que as pessoas deviam ter um lugar pra guardar suas lembranças que não fosse apenas a memória. Então, eu comecei a guardar as minhas em uma caixa, mas não uma caixa qualquer, ela é toda enfeitada, eu mesma personalizei, com tecido de cor vermelha, purpurina, desenhos coloridos, laços. E eu comecei a colocar lá, os abraços que ganhei e o cheiro da outra pessoa ficou na minha roupa, os beijos que fizeram meus pés saírem do chão, a saudade que às vezes bate porque o momento valeu a pena, os sorrisos que encontrei pelo caminho e alegraram o meu dia, os sonhos realizados, as pessoas que passaram e deixaram um pouco delas em mim, a época em que eu achava que problema era minha boneca não ter uma roupinha, as fotografias com sorrisos, os cartões de natal, de aniversário, a cena daquele dia especial que guardei cada detalhe e voltei várias vezes na memória tentando sentir a mesma sensação, as vezes que me senti querida, o carinho dos meus amigos, os ataques de risos que fizeram doer a barriga, os dias felizes, pequenas coisas.
Eu guardo tanta coisa na minha caixa, guardo pra não esquecer, pra lembrar, pra sentir e sorrir. Eu carrego-a junto a mim e ela tem até um nome: Coração.
[Léia Mara]

Três


Eu não lembro de muitos detalhes. Mas, lembro dos três balanços de tamanhos diferentes, o meu era o do meio, o dela, o mais alto e o dele, o mais baixo, a casa nova tinha um quintal enorme, e nós passavamos horas correndo por ele, pena que a gente ficou pouco tempo lá. Eu lembro de como ele era pequeno, eu ainda queria que fosse, queria que nunca tivesse crescido, que o meu chinelo ainda coubesse no pé dele e ainda queria ter de comprar chinelo cor de rosa pra garantir que ele não ia usar e esquecer na calçada. Tinha também a cômoda, com três gavetas, no tamanho certo, a minha gaveta era a do meio, a dele, a última, bem embaixo e a dela, a primeira, a mais alta. Escolinha era a brincadeira que a gente mais gostava. E tinha as brigas pelo controle remoto. Ele não confiava muito nela, ela era dedo-duro, os seus segredos, ele dizia a mim, 'ei, não diga a mãe não, eu briguei na escola hoje'. O segredo ficava bem guardado, comigo.
Um, dois, três, eu amo vocês.

Hoje, o meu telefone vai tocar e será ele ou ela.
[Léia Mara]

Pode ficar, o espaço é seu

Algumas pessoas chegam em minha vida lentamente, bem devagar, são quase imperceptíveis, e em silêncio vão ocupando espaço, preenchendo. Elas crescem, se alargam, se tornam grandes e com o tempo, elas já ocupam um espaço enorme. Outras chegam depressa, e nem precisam de tempo, já estão lá, ocupando um lugar largo e espaçoso. E, depois que elas estão instaladas, eu não sei tirar. Eu não sei dizer: ‘eu não quero mais você aqui’, porque eu quero, eu sentiria falta. Se alguma delas partisse, ficaria um espaço vazio que outra jamais conseguiria preencher, porque para mim, as pessoas não são coisas, pessoas são insubstituíveis, cada uma é única, cada uma tem um sentido, pessoas são importantes e elas não deixam simplesmente de existir da noite para o dia, eu não sei apagar e ainda não aprendi a transformar lembranças em cinzas. Eu sofreria com o vazio que elas deixariam. E, se algum dia, uma delas decidir partir por conta própria, poderá voltar a hora que quiser e terá de volta o seu espaço na minha vida e no meu coração.
[Léia Mara]

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Não esqueça


Amiga, eu quero lembrar que quando você precisar, eu estarei aqui. Mesmo que o tempo esteja chuvoso, me chame. Por você, eu correria quilômetros na chuva.
Muitas vezes, quando a noite parecia não ter fim, você foi o meu sol no dia seguinte. Quando eu precisei, você foi sorrisos, braços estendidos, conselhos, palavras certas, aliás, você tem dom de dizer as palavras certas.
Hoje, eu tenho certeza que nossa amizade vem de Deus, e para ela, não existe tempo e nem distância. Não exitem barreiras. Deus sonhou com a nossa amizade, e eu sou grata a Ele por ser sua amiga. Te amo.
Para Danielle.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Doe Palavras

Gente, o projeto Doe Palavras funciona assim: você escreve uma mensagem de encorajamento para os pacientes com câncer do Instituto Mário Penna e o seu texto aparece nas Tvs dos hospitais Mário Penna e lares para os pacientes.
Envei a sua mensagem também: http://www.doepalavras.com.br/.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Amizade


-Me abraça de novo, bem apertado, eu estava com saudades.
-Por favor, durma aqui, fique aqui cuidando de mim.
- Feche a porta do quarto, me ajude a andar, eu só confio em você.
- Fique desse lado da cama, eu queria dormir olhando pra você.
-Você promete que vai orar muito por mim, promete?
- Eu queria que você viesse aqui pra orar por mim, por que eu estou sentindo dor, você vem?
- Eu estou ligando pra pedir pra você vir passar o dia na minha casa amanhã. Boa noite, Deus te abençõe também.

"Por você, eu faria isso mil vezes". Me ouvi dizendo.*

*Frase do livro O Caçador de Pipas.
Pedidos feitos por Daysy.

Das saudades

Eu sinto saudades.
Tomara que quando você decidir voltar, tudo o que eu sinto por você esteja no mesmo lugar e faça o mesmo sentido.

domingo, 25 de julho de 2010

sábado, 24 de julho de 2010

Para não esquecer


Fale várias vezes por dia que você a ama. Ligue sempre. Mande um torpedo de 2 horas da madrugada dizendo: ‘amor, só pra lembrar que eu te amo’. Seja o primeiro a ligar no aniversário dela, ligue de 6 horas da manhã. Pegue-a em casa, leve-a para sair ou então a leve para sua casa. Vá buscá-la na rodoviária. Leve-a ao parque de diversões e ande com ela no trem fantasma. Faça cócegas nela. Leve-a ao cinema e assista com ela uma comédia romântica, mesmo que você não goste de comédia romântica. Caminhe com ela meia hora procurando um lugar pra comprar sorvete de chocolate. Não minta. Esqueça o nome dela, chame-a de ‘Amor’. Dê bichinhos de pelúcia de presente. Brinque com ela de contar segredos. Segure a mão dela. Fale para os seus amigos que ela é bonita. Apresente-a a todos da sua família. Convide-a para almoçar na sua casa. Passe com ela o natal. Diga que ela é linda e que você adora o seu jeito de menina. Dê chocolate no dia dos namorados. E o mais importante: faça- a feliz. Porque mesmo depois de tudo isso ter passado, ela ainda vai lembrar do quanto você a fez feliz.
[Léia Mara]

Conjuga-me


Vamos conjugar?
Verbo amar...
Gerúndio: amando
Particípio passado: amado

Presente
Eu amo
Tu amas
Ele/Ela ama
Nós amamos
Vós amais
Eles/Elas amam

sexta-feira, 23 de julho de 2010

A mãe de Maria Flor


Mas você tem cento e vinte
borboletas pousadas na
sua tiara. Você pode voar a
qualquer momento.
[Rita Apoena]


Eu conheço uma flor disfarçada de bailarina.
Ela não é daqui, veio do País das Maravilhas. Tenho quase certeza que foi lá que ela aprendeu a ser sempre menina, dançar ao som do vento, sorrir com os olhos e escrever com o coração.

Bailarina, hoje eu acordei, liguei o som em rio de Deus e lembrei de você dançando.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Lembranças


As roupas eram iguais, só mudava a cor. O meu conjunto: saia, blusa e colete era amarelo, o dela azul e maior, as roupas dela sempre eram maior, ela é a mais velha. Nós íamos juntas pra escola, e na hora do recreio lá ia eu ficar junto dela. Dividíamos o quarto e os brinquedos. À noite, brincavamos de figurinhas e nas férias íamos ao sítio.
Ela era a calada, eu a briguenta. O pai teve que ir na escola uma vez, um menino disse que ia bater nela. A mãe, ia quase toda semana, eu batia nos meus coleguinhas, respondia a professora e mostrava a língua pra o vice-diretor da escola.
Com o tempo as diferenças foram se tornando cada vez mais evidentes. Hoje, as roupas são diferentes, cada uma tem seu quarto, crescemos e não brincamos mais.

Mas, o importante é que apesar das diferenças, e mesmo o tempo tendo passado, o amor continua lá: intacto.
No meu aniversário eu vou chegar em casa e encontrar em cima da cama, um presente e um bilhete escrito: Amor, feliz aniversário, eu te adoro.
[Léia Mara]