domingo, 4 de dezembro de 2011

Sobre continuar


É difícil aceitar, mas é preciso desistir de algumas vontades. E uma hora a gente tem que se livrar de algumas bagagens. Tem pessoas que quando chegaram você até pensou que elas seguiriam com você o caminho todo, mas não é bem assim. O caminho é longo e algumas desistem, ficam grandes demais ou simplesmente completam sua missão. Quando esse dia chega, só temos que seguir em frente, erguer a cabeça, refazer os planos e acreditar que a vida tem mais a oferecer. Não é uma questão de escolha, laços nem sempre foram feitos para durar uma vida inteira. Pessoas chegam. Pessoas seguem. Muitas vezes é preciso continuar  a viagem e deixar a vida fechar seus ciclos.


[Léia Mara]

segunda-feira, 24 de outubro de 2011



Os dias não são fáceis, eu sei. Mas quer saber? Eu andei pensando que a gente é que decide o tamanho do espaço que os problemas e preocupações ocupam em nossas vidas. E decidi: na minha, eles irão ocupar cada vez menos. Pra quê perder tempo e energia focando nas coisas ruins?


[Léia Mara]

sábado, 24 de setembro de 2011

.pra ser feliz


Às vezes, a gente arruma a casa, deixa tudo limpinho, ajeitadinho, mas esquece de se arrumar por dentro. De descartar o que está sobrando, redimensionar os espaços, colocar os sentimentos de uma forma que não sufoque; que não doa. E a gente tem que mudar também, mudar as roupas, mudar a cor, mudar os hábitos, mudar a forma de encarar as situações. O tempo passa e tem sentimentos que de tão grandes não cabem mais. Tem pessoas que no lugar de nos fazerem felizes nos machucam e machucam de novo e de novo. E a gente vai levando, relevando, deixando permanecer. Tudo menos permitir ir, deletar, dizer adeus. Acorda pra vida, moça! A gente tem que dar espaço é pra quem nos faz bem. Não quer nos fazer feliz? “Ok. Sua estadia venceu. Bye! E não volte, tá?” A gente vai fazendo de tudo pra não diminuir aquele sentimento, não dar menos importância, não sentir menos. Tudo bem que você nasceu sensível demais. Mas, o preço é alto, meu bem. Tá a fim de pagar? Muda, vai. Sofre menos. Se importe menos. Espere menos. Se decepcione menos. Supere. Seja mais feliz. Cobre menos das pessoas. Se cobre menos.  Quando a gente se cobra demais vai criando uma dívida. Fica tudo anotado num caderninho invisível, quando mais a gente se cobra, mais os juros aumentam, a dívida cresce e chega uma hora que é difícil de lidar. Pare de tentar agradar a todo mundo. Chega de tentar carregar o mundo nas costas. Se permita. Sorria mais. Brinque mais. Sonhe mais. Se cuida. Se goste. Não é assim: pra amar os outros a gente que primeiro se amar? Acorda, e viva de um jeito lindo, tá? Porque quando você nasceu, Deus escreveu na sua certidão de nascimento: “Nascida pra ser feliz”.

[Léia Mara]

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

.Deus


Eu só queria dizer que não sei como é existir sem você. Porque todas as vezes que eu erro o caminho, você pega em minha mão e me mostra, com todo cuidado, o caminho certo. E os teus caminhos são mais elevados do que os meus caminhos. Quando estou cansada, você me carrega nos braços. Enquanto eu descanso, você trabalha em meu favor. Como escudo, você me protege e não deixa que nenhum mal chegue até mim. Os teus pensamentos são mais altos do que os meus, a tua visão é ilimitada e eu sei que você tem sempre o melhor pra mim. Ninguém me ama tanto  quanto você.

Te amo, tá, Deus? 

Léia.

.se você está por perto


Eu sei que é amor porque o meu coração passa a bater 160 vezes por minuto se você está por perto.

[Léia Mara]

domingo, 14 de agosto de 2011

Novos passos

Tem gente que tem mania de ir empurrando coisas, situações, de ir deixando pra depois. De  não encarar as mudanças. As gavetas nem fecham direito de tantas roupas, que não usa, nem cabe mais. Tamanho 36 quando o  manequim é 40, roupa que usou no aniversário de 15 anos, há anos, permanecem guardadinhas lá. Tudo  para não aceitar que o tempo passa e os  números mudam, as estações mudam, as pessoas mudam e você não pode continuar parada no mesmo lugar. Porque, mais cedo o mais tarde, chega o dia que as portas do guarda-roupa também não fecham, você vai passando e dá de cara com  aquela porta de madeira. Tarde demais. Depois de ter que andar com um band-aid bem no meio do nariz, a gente aprende. A ficha cai, e você percebe o quanto estava andando distraída. Que não dá mais, não dá mais pra ser do mesmo jeito, não dá mais pra usar aquela mesma lente vencida que torna a imagem da vida torta.  Não dá pra continuar dançando sempre a mesma música. Você tem de aprender novos passos. Quando se anda em  círculos, só se consegue chegar ao mesmo lugar. Existem outras direções. E a vida é bem mais, oferece bem mais. As paredes precisam dar lugares a janelas. O guarda-roupa precisa ser arrumado. Não adianta nada ficar esperando o dia que aquelas roupas irão entrar, esse dia não vai chegar, você precisa se desfazer delas. Desapego é necessário. Porque todo mundo cresce, e não cresce só no tamanho. Cresce por dentro, quando amadurece. E amadurecer tem a ver com mudanças, com encarar as mudanças.


[Léia Mara]

terça-feira, 9 de agosto de 2011

"Se a gente tem amor"

"Só se pode viver perto de outro, e conhecer outra pessoa, sem perigo de ódio, se a gente tem amor. Qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso na loucura."

[Guimarães Rosa]

sábado, 30 de julho de 2011

Ps.: Por favor, não volte.


Eu tenho me esforçado muito, pra valer. Estou juntando todas as lembranças de você e guardando numa caixinha, quero colocá-la embaixo da cama, com a dor, a decepção, e com todos os sentimentos que um dia foram bonitos e você conseguiu transformar em sentimentos feios. Estou tentando arrumar a bagunça, juntando os brinquedos que você deixou espalhados pelo chão, os cacos que ficaram das coisas que você destruiu, e limpando a casa. Estou tentando fazer com que esse entalo na garganta passe. Não esquecerei de agradecer ao tempo, por trazer à tona todas as verdades que você fez questão de esconder. Por mostrar que por trás da máscara de mocinho de novela mexicana com dois nomes, tem um menino mimado que confunde os sentimentos alheios com carrinhos de controle. E pior, que demonstra interesse quando não existe. Não pense que foi fácil descobrir que a imagem que eu tinha de você era falsa, feito um quadro bonito, que eu comprei sem nem pedir desconto, paguei caro, coloquei no lugar mais visível da minha sala de estar e com o tempo se mostrou sem valor algum, era pintado com tinta barata e a madeira era oca. No final,  toda a confiança que eu depositei, o espaço que eu te dei, as palavras bonitas que eu disse, não fizeram nenhum sentido pra você. Você nem pensou duas vezes antes de magoar, de brincar, de fazer eu me sentir a menor pessoa do mundo, de me fazer acreditar menos nas pessoas,  por achar que todas são capazes de fazer o mesmo que você fez. E eu sempre achei tão feio ferir de propósito. 


Você ainda disse que a verdade não dói, mas descobrir a verdade sobre você doeu feito dedo preso na porta do carro.


[Léia Mara]

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Dia do Amigo



Sol para os dias de chuva, 'desaperto' para as horas de aperto, chão para os desmoronamentos, abraço para as dores, nuvens para os sonhos, estrelas para as noites sem brilho, sorrisos para as horas tristes. Amigos para todas as horas. Vou falar por todos os dias, por todas as horas, por cada minuto em que vocês estiveram presentes: Amo vocês, meus amigos!


[Léia Mara]

domingo, 17 de julho de 2011

Um lugar para morar


Eu penso que a gente tem que viver de um jeito que as pessoas queiram morar dentro da gente. É por isso que temos que manter a casa sempre limpa, arrumada, o coração enfeitado com coisas bonitas. Temos que fazer com que o outro se sinta em casa, protegido. Temos que ter o cuidado de deixar os móveis nos lugares certos pra que ele não tropece. Devemos mostrar quem somos de verdade, sem superficialidades, para que o outro possa andar por todos os cômodos sem encontrar nenhum piso falso. Para que ele não tenha surpresas desagradáveis e não sinta vontade de partir. Não podemos guardar mágoas, alimentar ódio. Essas coisas tomam um bocado de espaço. Mágoas criam raízes e quando percebemos já estão tão crescidas que não cabe mais nada. Acabam tomando o espaço de todos os sentimentos bons. Temos mais é que amar, sem medo, sem receios, mesmo correndo o risco de se machucar.  Porque, nesse caso, também corremos o risco de ser mais felizes. Temos mais é que confiar, com os dois pés na frente. É claro que vez ou outra vai aparecer alguém que na primeira oportunidade vai meter a faca nas costas de toda aquela confiança. Mas ainda assim, você fez a coisa certa, confiar é bonito. Feio é trair a confiança. Que sejamos um bom lugar para se morar. Que o outro encontre, dentro de nós, abrigo.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Dos apertos

 

  
                                       Era como um sapato que não cabia no meu
 pé e eu insistia em calçar. Pois é, machucou, fez calo. Nunca mais.

Eu tentei. Eu tentei muito. Fiz tudo que estava ao meu alcance. Fui até onde eu pude. Mas não deu. Chega uma hora que a gente cansa de tentar se encaixar em espaços apertados demais. E eu sempre fui tão grande. Tantos sonhos, tantos planos, tantas vontades, tantos medos. Aquele espaço era pouco demais pra mim. Aperto sufoca. Não dava pra ficar muito tempo esperando. Eu sei, eu podia ter deixado parte de mim lá fora. Mas não seria eu, seria só um pedaço, e eu sempre sonhei com alguém que me quisesse inteira. Quanto a você, poderia ter ampliado o espaço, pra que eu pudesse ficar à vontade, abrir minhas asas, desfazer as bagagens, mas também não seria você, seria a pessoa certa pra mim. E, definitivamente, não é você.

[Léia Mara]

sexta-feira, 24 de junho de 2011


Tenho a impressão de que, às vezes, a felicidade se esconde atrás de paredes, e você tem que ser forte para derrubá-las. 

[Léia Mara]

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Chão de Amor


Este chão nem sempre foi meu. Um dia, senti uma dor tão forte que o meu chão se despedaçou todinho, se esfarelou, virou pó. Não tinha cola que desse jeito. Foi aí que os meus amigos chegaram um a um, cada um trazendo consigo um pedacinho do seu chão. Formaram um novo chão, e deram pra mim. Tá vendo que ele é todo colorido, feito arco-íris? Eu até já tentei, mas não consigo explicar o motivo de tanta delicadeza. Não encontro a palavra...   Hamm, Amizade? Não, muito óbvio. Amor? É. Amor.

[Léia Mara]

domingo, 12 de junho de 2011

Faxina, mudança e começo


"Às vezes você tem que deixar coisas pra lá, para haver espaço para coisas melhores entrarem na sua vida." (Gossip Girl)

A minha mente estava carregada. Minhas pernas que antes andavam alinhadas, agora, cambaleavam. Era o peso. Tinha um peso enorme das coisas que eu não conseguia me livrar. E, ainda que eu estivesse acostumada com a bagunça, não era nem um pouco bonita a visão do amontoado de coisas sem lugar definido. Por mais que eu fugisse, tinha que fazer algo. O primeiro passo parecia o mais difícil, mas quando me dei conta, já tinha dado. Não por vontade própria, fui empurrada, forçada pelos acontecimentos. Todas as circunstâncias me levaram pra mais perto da palavrinha que tanto me causava  medo: mudança. E como se fosse inadiável, chegou o dia faxina. No começo, cada coisa que eu tirava do lugar parecia levar junto um pedaço de mim, era como se minha existência dependesse delas. Mas, depois de um tempo, nem doeu mais. Joguei fora, sem apego, sem tristeza, sem dor. Percebi que não iriam fazer falta, e me prendi tanto, quando não passavam de um monte de quinquilharias que só serviam pra juntar mofo, traças e poeira. Não tinham valor algum. A gente foge tanto das mudanças, tem tanto medo, só pra descobrir, no final, que elas sempre são necessárias para um novo começo.

[Léia Mara]

sábado, 28 de maio de 2011

Desintegração

Não adianta. Quando alguém nos abandona, além da saudade, além de acabar aquele mundinho que os dois criaram juntos e de tudo o que vemos ou fazemos nos lembrar dele - o pior é pensar que fomos testados e no fim tudo o que sobrou da gente ganha o carimbo REJEITADO pela pessoa que a gente ama. Como não ficar me sentindo um sanduíche velho na rodoviária?

(O Diário de Bridget Jones)
*Livro que estou lendo.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

...


Acordei com uma vontade enorme de voltar a ser criança pra brincar de me esconder num lugar onde ninguém possa me encontrar. Não, não estou triste. Só ando cansada. É como se estivesse carregando o mundo nas minhas costas, quando não posso nem com o peso do meu próprio corpo. Tenho a sensação de que estou correndo em círculos e isso me deixa tonta. Já posso parar? 


[Léia Mara]

Supermãe


Além de super-heroína com peito de aço e que destrói todos os monstros dos meus pesadelos se acordo no meio da noite gritando; ela consegue ler pensamentos. Descobri mais um superpoder da minha Supermãe.

[Léia Mara]

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Eu te esperaria pra sempre


"Daí, penso também outra coisa de gente grande: não adianta muito você se enfeitar todo pra uma pessoa gostar mais de você. Porque, se ela gostar, vai gostar de qualquer jeito, do jeito que você é mesmo, sem brilhos falsos." 
(Caio Fernando de Abreu)
                                                     

Eu te esperaria pra sempre, se tudo fizesse o mesmo sentido pra você, se o lugar ao seu lado no trem não estivesse ocupado, se você não fosse tão inalcançável. Eu te esperaria pra sempre, se eu não precisasse inventar um desenho seu pra te ter inteiro do meu lado, se eu não fosse a menina com o coração na mão e você o garoto que não se envolve. Eu te esperaria pra sempre, se eu não quisesse pra sempre, enquanto você quer só por um momento. Eu te esperaria pra sempre, se não fosse esse medo de acabar machucada, se eu tivesse certeza de que essa é a minha história, se não fossem tantos descompassos. Eu te esperaria pra sempre, se eu não estivesse cansada de tentar me encaixar num espaço que não me cabe. Eu te esperaria pra sempre, se eu conseguisse falar perto de você. Eu te esperaria pra sempre, se fosse seguro criar expectativas, se ‘química’ significasse sentimento. Eu te esperaria pra sempre, se eu não tivesse tantas perguntas e medo das respostas. Eu te esperaria pra sempre, se você me permitisse cuidar de você. Eu te esperaria pra sempre, se eu não fosse transparente ao ponto de denunciar tudo o que eu sinto, se suas ações não fossem enigmas que eu fico tentando desvendar. Eu te esperaria pra sempre, se não fossem tantos ‘se’. Eu te esperaria pra sempre, mas pra sempre é muito tempo para eu ficar sentada enquanto os ponteiros do relógio se movem. Esqueci da sua paciência e de como você gosta de silêncio quando coloquei a escolha do final nas suas mãos, não consigo ler os seus sinais, não vejo pistas do 'final feliz' que eu desejei. Dessa vez, terei que fazer as pazes com o tempo e usá-lo ao meu favor. Trancarei a caixa das lembranças, pegarei o próximo trem e seguirei em frente. Eu te esperaria pra sempre, mas gosto tanto de você, que tenho que ir. 

[Léia Mara]

domingo, 15 de maio de 2011

Tente


Continue tentando.  Nem sempre conseguimos equilíbrio na primeira tentativa. Eu sei, é difícil, calo dói, incomoda, e ainda tem aquela voz dizendo o tempo todo pra desistir. Mas apenas continue, porque no final, as melhores coisas  são as que conquistamos depois de muito esforço.


[Léia Mara]

sábado, 14 de maio de 2011

"Gente fina é que tinha que virar tendência."


"Que apesar dos pesares 
conserva o bom-humor, 
caça nuvens nos ares, 
crê no bem e no amor."
[Carlos Drummond de Andrade]
Eu ainda prefiro as pessoas que não desistem, apesar das circunstâncias contrárias. Pessoas com brilhos nos olhos e alma transparente. Eu gosto mesmo é de gente com sorriso largo e palavras leves. Gente que não esconde, que não se esconde e está sempre disposta a estender a mão. Gente que suporta, que luta, que vai à luta, que entra na guerra, que enfrenta. Tenho verdadeira admiração pelas pessoas simples, que valorizam coisas pequenas e conseguem enxergar a felicidade contida nos detalhes. Gente que adoça, que encanta, que ama. Gente que ainda continua cantando quando a voz desafina. Pessoas que até foram apresentadas à (des)ilusão, mas que deram às costas e sonharam outro sonho.  Estou indo, o caminho é longo, ainda  tenho uma porção de gente assim pra encontrar.

[Léia Mara]
*Título: Martha Medeiros.

domingo, 1 de maio de 2011

Time


Quando tentamos de tudo e não conseguimos, o melhor a fazer é deixar o tempo agir. Deixar que ele leve. Que ele carregue. Que ele se encarregue. Que ele cicatrize as feridas.  Que ele cure as dores. Que ele coloque cada sentimento em seu devido lugar.  Deixar que ele coloque os pontos finais necessários. Que ele traga novas pessoas, novos brilhos e outras cores. E, quando a gente menos espera, ele traz, é sempre assim.

[Léia Mara]

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Crescer

De repente, ser adulta doeu tanto. Estou cansada. Cansada de fingir um sorriso quando a minha vontade é de chorar, de ter que acertar o tempo todo, desse amontoado de dúvidas, do medo de tentar e acabar machucada, das dores que não passam, das histórias reais.  Queria a menina de 5 anos aqui novamente, queria a sua coragem de bater, de gritar, de brigar, de não aceitar as coisas como são. Queria correr na rua, andar de pés descalços, tomar banho de chuva, dormir até tarde e ver desenho na tv. Queria as bonecas, o riso verdadeiro. Queria aprender a andar de bicicleta sozinha e sem medo de cair. Queria não me importar. Queria os sonhos gigantes. Queria procurar desenhos nas nuvens. Queria o lápis de cor e os  rabiscos. Queria os livros com finais  felizes. Eu nem sei onde a menininha se perdeu, por qual caminho diferente do meu ela seguiu, eu nem mesmo sei se ficou um pouco dela em mim, mas eu precisava tanto de um pouquinho da menina aqui.

[Léia Mara]

sábado, 23 de abril de 2011

Querer


Por que eu não posso simplesmente escolher? Não quero pensar, não quero sentir, não quero. Pode ser? 


[Léia Mara] 

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Além das aparências


Durante toda a viagem de trem, por algum motivo, nós ficamos em vagões diferentes, sentamos ao lado de outras pessoas, nos olhamos apenas de relance, pelos vidros que separam os vagões. E, apenas, nos últimos momentos antes da parada na estação final,  tivemos a oportunidade de vermos uma à outra além das aparências. Foi um bonito encontro. E acredito que não foi tarde. Ainda existe uma estrada a percorrer depois da parada na estação. Quem sabe, a gente não se encontra num desses caminhos.

[Léia Mara] 

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Decreto



Não deu certo? Vire a página, troque a música, arrume o cabelo, reinvente os sonhos, coloque um sorriso, mude o sapato, pegue um livro, renove as esperanças, siga em frente. Escolha um caminho, não olhe para trás, trace um plano, estabeleça metas, calcule o tempo, planeje os passos, supere os obstáculos.

[Léia Mara]

...

A menina que durante o dia desejou um vestido está dormindo esquecida e isto é triste demais porque ela falou comigo: "acho que fica melhor com babado" e riu meio sorriso, embaraçado por tamanha alegria.Como é possível que a nós, mortais, se aumente o brilho nos olhos porque o vestido é azul e tem um laço?

[Adélia Prado]

Por você

Por você, eu sorriria outras vezes, mesmo tendo vontade de chorar de tanta dor, só pra não te ver chorar. Eu oraria mil vezes mais. Eu te abraçaria infinitas vezes, pra você ter certeza que eu estava do seu lado. Eu leria livros e mais livros pra você. Eu passaria mais noites acordadas, segurando a sua mão e esperando você dormir. Eu te daria outros cartões de natal. Eu contaria mais histórias engraçadas. Eu tomaria mais banhos numa piscina de criança com você, porque isso te deixaria feliz. Eu diria incontáveis vezes que tudo iria passar. Por você, eu faria tudo de novo, faria mil vezes mais e, ainda assim, não seria suficiente para pagar o que você fez por mim.

[Léia Mara]

sexta-feira, 11 de março de 2011

SuperANDO


Depois de um tempo a gente aprende a enfeitar as salas vazias e sem pintura que aparecem diante dos nossos olhos. Aprende também a colorir a dor, colocar purpurina nos machucados e seguir em frente. Afinal, que escolha mais sábia poderia haver?

[Léia Mara]

ZE. ZI. NHO


Eu esperei por muito tempo que você voltasse. Eu tentei imaginar que era só mais uma viagem. Você chegaria, me abraçaria, contaria todas aquelas histórias engraçadas outra vez (elas ficavam ainda mais bonitas depois da 12ª vez, acho que pela segurança na sua voz) e eu não sentiria mais saudades. Eu até sonhei várias vezes com a sua chegada. Você trazia a mala, o sorriso sempre largo, os dentes linheiros e tudo o que eu amava em você. Mas era só sonho. A realidade era algo doloroso que eu teria que encarar: dessa vez, você não voltaria. Não adiantava muito tentar congelar a imagem de você e eu na sua bicicleta, dos meus quatro anos e de como você me levou pra o hospital quando caí e cortei a cabeça. O meu chão sumiu, os meus ossos doíam. Parecia que cada parte do meu corpo dependia da sua presença.  Se dói menos hoje? Não sei. Mas tenho a impressão que até a dor  é um pouco caridosa, sabe? Às vezes ela parece adormecer um pouco para deixar que Deus conforte o nosso coração. 

[Léia Mara]

quarta-feira, 9 de março de 2011

...


Tenho a impressão que não afastei algumas pessoas da minha vida. Elas simplesmente decidiram partir, por vontade própria. Depois de um tempo, eu até desejei que elas voltassem. Eu senti falta. Foi aí que aprendi da porção de coisas que não dependem da gente.

[Léia Mara]

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

2006.2

Parece que foi ontem que estávamos entrando na  faculdade,   nos  deparando    com      todos aqueles rostos desconhecidos e os pontos de interrogação. Ao longo da caminhada fomos descobrindo uns aos outros, no lugar das interrogações foram surgindo rostos que se tornaram únicos para nós. Pessoas que aprendemos a respeitar, amar, admirar e com as quais compartilhamos momentos inesquecíveis. Não somos mais os mesmos do início. No decorrer do tempo, muitas coisas em nós mudaram. Chegamos ao término. Mas, temos uma certeza, as amizades que construímos, as pessoas que nos tornamos, o quanto aprendemos e crescemos com o outro, o quanto das outras pessoas ficaram em nós, levaremos para sempre.

[Léia Mara]

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Final feliz

Na semana passada eu te liguei, era seu aniversário, te desejei felicidades e fiquei por alguns minutos ouvindo o som da voz que eu tenho gravado na memória. Pude ouvir as mesmas risadas espontâneas, e sorri; não era sonho. Com tudo isso eu aprendi mais sobre os sentimentos. Eu aprendi que os sentimentos quando são verdadeiros não acabam,  eles mudam, ganham outra forma, podem até diminuir, mas não acabam. O que sentia por você, não acabou. Permanece aqui, na sua ‘nova forma’ e estará pra sempre, eu chamo de: ‘querer bem’.

[Léia Mara]