sábado, 30 de julho de 2011

Ps.: Por favor, não volte.


Eu tenho me esforçado muito, pra valer. Estou juntando todas as lembranças de você e guardando numa caixinha, quero colocá-la embaixo da cama, com a dor, a decepção, e com todos os sentimentos que um dia foram bonitos e você conseguiu transformar em sentimentos feios. Estou tentando arrumar a bagunça, juntando os brinquedos que você deixou espalhados pelo chão, os cacos que ficaram das coisas que você destruiu, e limpando a casa. Estou tentando fazer com que esse entalo na garganta passe. Não esquecerei de agradecer ao tempo, por trazer à tona todas as verdades que você fez questão de esconder. Por mostrar que por trás da máscara de mocinho de novela mexicana com dois nomes, tem um menino mimado que confunde os sentimentos alheios com carrinhos de controle. E pior, que demonstra interesse quando não existe. Não pense que foi fácil descobrir que a imagem que eu tinha de você era falsa, feito um quadro bonito, que eu comprei sem nem pedir desconto, paguei caro, coloquei no lugar mais visível da minha sala de estar e com o tempo se mostrou sem valor algum, era pintado com tinta barata e a madeira era oca. No final,  toda a confiança que eu depositei, o espaço que eu te dei, as palavras bonitas que eu disse, não fizeram nenhum sentido pra você. Você nem pensou duas vezes antes de magoar, de brincar, de fazer eu me sentir a menor pessoa do mundo, de me fazer acreditar menos nas pessoas,  por achar que todas são capazes de fazer o mesmo que você fez. E eu sempre achei tão feio ferir de propósito. 


Você ainda disse que a verdade não dói, mas descobrir a verdade sobre você doeu feito dedo preso na porta do carro.


[Léia Mara]

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Dia do Amigo



Sol para os dias de chuva, 'desaperto' para as horas de aperto, chão para os desmoronamentos, abraço para as dores, nuvens para os sonhos, estrelas para as noites sem brilho, sorrisos para as horas tristes. Amigos para todas as horas. Vou falar por todos os dias, por todas as horas, por cada minuto em que vocês estiveram presentes: Amo vocês, meus amigos!


[Léia Mara]

domingo, 17 de julho de 2011

Um lugar para morar


Eu penso que a gente tem que viver de um jeito que as pessoas queiram morar dentro da gente. É por isso que temos que manter a casa sempre limpa, arrumada, o coração enfeitado com coisas bonitas. Temos que fazer com que o outro se sinta em casa, protegido. Temos que ter o cuidado de deixar os móveis nos lugares certos pra que ele não tropece. Devemos mostrar quem somos de verdade, sem superficialidades, para que o outro possa andar por todos os cômodos sem encontrar nenhum piso falso. Para que ele não tenha surpresas desagradáveis e não sinta vontade de partir. Não podemos guardar mágoas, alimentar ódio. Essas coisas tomam um bocado de espaço. Mágoas criam raízes e quando percebemos já estão tão crescidas que não cabe mais nada. Acabam tomando o espaço de todos os sentimentos bons. Temos mais é que amar, sem medo, sem receios, mesmo correndo o risco de se machucar.  Porque, nesse caso, também corremos o risco de ser mais felizes. Temos mais é que confiar, com os dois pés na frente. É claro que vez ou outra vai aparecer alguém que na primeira oportunidade vai meter a faca nas costas de toda aquela confiança. Mas ainda assim, você fez a coisa certa, confiar é bonito. Feio é trair a confiança. Que sejamos um bom lugar para se morar. Que o outro encontre, dentro de nós, abrigo.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Dos apertos

 

  
                                       Era como um sapato que não cabia no meu
 pé e eu insistia em calçar. Pois é, machucou, fez calo. Nunca mais.

Eu tentei. Eu tentei muito. Fiz tudo que estava ao meu alcance. Fui até onde eu pude. Mas não deu. Chega uma hora que a gente cansa de tentar se encaixar em espaços apertados demais. E eu sempre fui tão grande. Tantos sonhos, tantos planos, tantas vontades, tantos medos. Aquele espaço era pouco demais pra mim. Aperto sufoca. Não dava pra ficar muito tempo esperando. Eu sei, eu podia ter deixado parte de mim lá fora. Mas não seria eu, seria só um pedaço, e eu sempre sonhei com alguém que me quisesse inteira. Quanto a você, poderia ter ampliado o espaço, pra que eu pudesse ficar à vontade, abrir minhas asas, desfazer as bagagens, mas também não seria você, seria a pessoa certa pra mim. E, definitivamente, não é você.

[Léia Mara]